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Aqui estão descritos os detalhes das diferentes sub-especialidades da neurocirurgia que são oferecidas pela nossa clínica

NEUROCIRURGIA

É o ramo da medicina que trata das doenças cirúrgicas do sistema nervoso em geral. As doenças clínicas do sistema nervoso são tratadas pela NEUROLOGIA. O sistema nervoso se divide em 3:

A) O sistema nervoso central é composto pelo cérebro (encéfalo), medula espinhal e raízes nervosas.

B) O sistema nervoso periférico é composto pelos nervos em geral, espalhados por todo o corpo, responsáveis pelo transporte do estímulo nervoso do cérebro para a periferia e vice-versa.

C) O sistema nervoso autônomo é composto pelos nervos e raízes simpáticas e parassimpáticas. É o sistema responsável pelo funcionamento de órgãos independente da consciência da pessoa, como por exemplo, os batimentos cardíacos e a mobilidade intestinal, além de outros fenômenos como, por exemplo, o arrepio e o eriçar dos pelos.

Como vimos, as doenças que comprometam qualquer parte do sistema nervoso, e que sejam passíveis de tratamento cirúrgico, formam o campo de trabalho da neurocirurgia.

Modernamente, a neurocirurgia como a especialidade médica que mais se desenvolveu no século XX, acabou por dividir-se em sub-especialidades, que cuidam dos pormenores ligados a cada parte do sistema nervoso.
 
 
 
MICRONEUROCIRURGIA

A microneurocirurgia foi o grande avanço da neurocirurgia da segunda metade do século passado. Antigamente a neurocirurgia era tecnicamente muito difícil e até impossível em certos casos, porque o cirurgião tinha enormes dificuldades em visualizar seu campo operatório, fazendo com que tivesse que remover estruturas nobres do sistema nervoso da frente, ou afastá-las demais, deixando grandes lesões como seqüela.

Com a invenção do microscópio cirúrgico, a neurocirurgia passou a adotar a técnica do "buraco de fechadura" para realizar suas cirurgias, ou seja, não há mais necessidade de grandes aberturas e grandes afastamentos de estruturas importantes, pois com aumentos de até 30 vezes consegue-se criar corredores cirúrgicos muito estreitos e com uso de microinstrumentos realizar o procedimento antes muito difícil ou impossível.

A microcirurgia é hoje empregada em quase todos os procedimentos cerebrais. As craniotomias são pequenas (abertura do crânio) e a quantidade de patologias operáveis muito grande. Utiliza-se microneurocirurgia nos tumores cerebrais, nos aneurismas, nos cistos cerebrais, nas cirurgias de epilepsia, nas cirurgias da nevralgia do trigêmeo, nas cirurgias dos processos de base de crânio, nas doenças congênitas da transição crânio cervical, nas cirurgias da coluna vertebral e nas cirurgias de nervos periféricos, como por exemplo, na síndrome do túnel do carpo, ou nas suturas de nervos cortados.
 
 
NEUROENDOSCOPIA
 
A neuroendoscopia é a técnica operatória mais recente para utilização em neurocirurgia. Consiste em abordagens minimamente invasivas, através de incisões muito pequenas ou através de orifícios naturais, como o nariz por exemplo, utilizando-se neuroendoscópios, que são tubos óticos muito finos que acoplados a uma câmera de vídeo, geram imagens de dentro do sistema nervoso e da coluna vertebral, permitindo que o cirurgião realize sua operação através de pequenos canais de trabalho e instrumentos especiais, vendo e controlando sua cirurgia através de um monitor de televisão de alta definição.
 
Atualmente a neuroendoscopia tem progredido bastante, graças a enorme evolução das fibras óticas, das fontes de luz de xenônio e das câmeras de vídeo de alta definição.
 
Nós utilizamos técnicas neuroendoscópicas para cirurgias dentro dos ventrículos cerebrais (tumores e hidrocefalias), cirurgias da base do crânio através do nariz e sem cicatriz (tumores de base do crânio, da hipófise, e lesões da junção crânio-cervical), e algumas cirurgias da coluna vertebral. Usamos ainda o neuroendoscópio para cirurgias rápidas da síndrome do túnel do carpo.
 

 
 
CIRURGIA DA COLUNA VERTEBRAL (NEURO-ORTOPEDIA)

As doenças que acometem a coluna vertebral são muitas e de diversas origens, e podem acometer o sistema locomotor apenas (ossos, ligamentos, discos, articulações e músculos) e também o sistema nervoso (medula espinhal que passa por dentro das vértebras), raízes nervosas (nervos que saem da medula espinhal, porém ainda dentro do canal espinhal e envolvidos pela meninge) e nervos periféricos (nervos fora do canal espinhal e que não são mais cobertos pela meninge).

Antigamente os ortopedistas cuidavam da coluna restringindo-se ao aparelho locomotor e os neurocirurgiões cuidavam do sistema nervoso. Hoje em dia sabendo-se que diversas doenças que acometem o sistema nervoso têm sua origem no aparelho locomotor, como por exemplo, a hérnia de disco, e que outras doenças do aparelho locomotor têm como origem o sistema nervoso como, por exemplo, uma escoliose cuja causa é uma siringomielia (mal-formação na medula, com um cisto de liquor em seu interior), os especialistas em cirurgia da coluna vertebral, sejam ortopedistas sejam neurocirurgiões, passaram a ampliar sua formação, agindo em ambos os segmentos, dando origem então à neuro-ortopedia. As doenças tratáveis pela neuro-ortopedia incluem:

A) As hérnias discais, que podem ser cervicais, torácicas e lombares. Nossa clínica utiliza para estes casos o que há de mais moderno no mundo em técnicas neurocirúrgicas.

Para as hérnias lombares realizamos microcirurgia e endoscopia, com incisões menores que três cm. Para as hérnias torácicas utilizamos sempre que possível a endoscopia transtorácica, por via anterior.
Em alguns casos como as hérnias calcificadas tornam-se necessário a abordagem aberta. Já as hérnias cervicais são operadas por microcirurgia por via anterior, com pequena incisão no pescoço, retirada da compressão discal com microinstrumentos e artrodese usando uma prótese de titânio (técnica de enxerto ósseo para fixação definitiva da região entre as duas vértebras aonde se encontrava a hérnia do disco). Hoje em dia, em nossas mãos, a imensa maioria dos pacientes fica internada apenas 1 ou 2 dias no hospital, com retorno em pouquíssimo tempo às suas atividades normais.

B) As doenças degenerativas da coluna, que comprometem mais as pessoas com idade mais avançada, tais como a estenose do canal vertebral, as deformidades degenerativas e as instabilidades degenerativas (espondilolisteses secundárias).

Estas doenças altamente incapacitantes e que tiram muito a qualidade de vida, hoje são passíveis de tratamento cirúrgico de reconstrução fisiológica da coluna vertebral, utilizando-se técnicas microcirúrgicas de descompressão e sistemas de fixação e artrodese com peças de titânio, que montam verdadeiros alicerces metálicos na coluna atingida, e o titânio como metal inerte, não afeta sequer os exames posteriores com ressonância magnética.

C) As deformidades, como a escoliose, a cifose, a lordose e a combinação destes provocando distúrbios neurológicos, funcionais e estéticos.

D) As doenças congênitas, como a meningomielocele, que é uma mal-formação em que a criança nasce com a espinha aberta (espinha bífida) e necessita cirurgia imediata. As mal-formações crânio cervicais que são muitas e exigem tratamento cirúrgico. As instabilidades congênitas (espondilolistese primária), etc.

E) Os tumores em geral, que podem ter sua origem no osso ou no sistema nervoso. Podem ser benignos ou malignos, e sempre exigem diagnóstico precoce e correção cirúrgica.

F) Os traumas, que incluem as fraturas, as luxações e aparecem com os mais diversos graus de acometimento do sistema ósteo-articular e do sistema nervoso. Os traumatismos raque-medulares exigem diagnósticos imediatos e quando indicado, redução e cirurgia, exigindo na maioria dos casos descompressão do sistema nervoso e fixação da coluna vertebral com sistemas de titânio. 

 

 

NEUROCIRURGIA PEDIÁTRICA E DAS DEFORMIDADES DO CRÂNIO

É a sub-especialidade da neurocirurgia que trata das doenças neurocirúrgicas da infância e da adolescência. A patologia que atinge a idade pediátrica é muito diversa da do adulto, e as condições anatômicas também diferentes, exigem uma especialização do neurocirurgião nestas doenças. Aqui, se utilizam quase todas as técnicas neurocirúrgicas conhecidas, como a microcirurgia para tumores e problemas vasculares, as técnicas de neuro-ortopedia para as doenças congênitas da coluna vertebral e da junção crânio cervical, da neurocirurgia funcional, e ainda uma outra, a cirurgia crânio-maxilo-facial, usada nas cirurgias das deformidades cranianas.

As doenças mais frequentes na infância incluem:

As hidrocefalias (acúmulo de líquido cefalorraquidiano ou liquor, dentro dos ventrículos cerebrais). Estes casos correspondem a uma circulação mal feita do liquor, pelas cavidades naturais do cérebro e espinha. Exigem sempre tratamento cirúrgico, pois do contrário a cabeça segue crescendo além do normal, comprimindo o cérebro e deixando sequelas enormes. A cirurgia mais comum para estes casos é a chamada derivação ventrículo-peritoneal, ou seja a comunicação do ventrículo com hidrocefalia e a cavidade abdominal, utilizando-se de uma válvula. Outros tipos de cirurgia para casos especiais também existem como a comunicação interna do terceiro ventrículo com uma cisterna na base do crânio, desviando o transito do liquor e resolvendo a hidrocefalia sem o uso de válvula. Esta cirurgia é realizada com endoscopia, e sempre para as hidrocefalias com obstrução.

Os tumores cerebrais. Um terço de todos os tumores da infância acontecem no sistema nervoso central. Em frequência os tumores de encéfalo da infância só perdem para as leucemias e linfomas. Os primeiros sinais clínicos destes tumores são a dor de cabeça, a irritabilidade, a sonolência excessiva e ao exame clínico, sinais de aumento da pressão intracraniana, que o pediatra deve estar alerta para observar.

As deformidades congênitas do crânio, que se mostram quase sempre logo ao nascer. As mais comuns são:

A escafocefalia, ou seja, a cabeça muito comprida, com a testa em marquise e a parte de trás da cabeça pontiaguda. Neste caso trata-se de um fechamento precoce da sutura sagital, que impede a cabeça de crescer para os lados. A cirurgia está indicada a partir da sétima semana de vida, e quando realizada precocemente cura o paciente, impedindo problemas psicológicos futuros com a cabeça deformada. Os adolescentes não operados frequentemente levam os apelidos de "cabeça de quina", "cabeça de manga", e nos americanos "football head" por causa do formato da bola de futebol americano. A turricefalia, ou seja, a cabeça muito curta no sentido antero-posterior, crescendo em demasia para cima. Neste caso trata-se do fechamento precoce da sutura coronal, impedindo o crescimento da cabeça para frente e para trás. Aqui ao contrário da escafocefalia, que é um problema estético apenas, a não correção pode levar a distúrbios neurológicos graves, pois os lobos frontais ficam impedidos de se desenvolver. A cirurgia deve ser precoce também, e deve-se realizar não somente a abertura da sutura fechada como realizar o chamado avançamento fronto-orbitário, para dar espaço frontal para os lobos cerebrais frontais se desenvolverem, e aumentar o espaço orbitário para conter corretamente os olhos.

Outras deformidades existem, principalmente aquelas que são síndromes genéticas como a doenças de Apert e a de Couzon. Todas exigem abordagem cirúrgica.

O hiperteleorbitismo é basicamente uma deformidade facial (os olhos muito distantes um do outro), mas a correção cirúrgica exige equipe multidisciplinar (neurocirurgião para abrir o crânio e possibilitar uma abordagem óssea da fossa craniana anterior, cirurgião crânio-maxilo-facial, para aproximar as órbitas, cirurgião plástico, para compor as pálpebras e eventualmente oftalmologista para corrigir estrabismo).

As mal-formações vertebrais, como a meningomielocele (espinha bífida), hemivértebras, tumores espinhais, etc.

 

 

NEUROLOGIA PEDIÁTRICA 

 

A neurologia pediátrica é a especialidade médica que cuida das doenças neurológicas da infância e adolescência.

Aqui se incluem por exemplo, as epilepsias, as doenças neuromusculares, as encefalopatias, as doenças infecciosas e parasitárias do sistema nervoso, como a meningite.

A especialidade também cuida das dificuldades cognitivas, da síndrome do déficit de atenção e hiperatividade, das doenças neurológicas genéticas e hereditárias, e da reabilitação de lesões do sistema nervoso infantil, e das lesões neurológicas da prematuridade.

 
 
 
NEUROCIRURGIA FUNCIONAL E CIRURGIA DA DOR

Chama-se neurocirurgia funcional, a operação neurocirúrgica realizada em um local do sistema nervoso que se encontra intacto (sem lesão alguma) com o objetivo de obter-se uma modificação na função daquela parte do sistema nervoso. Utiliza-se a neurocirurgia funcional, por exemplo, nas cirurgias para movimentos anormais como a doença de Parkinson, em que se faz uma pequena lesão em um ponto do cérebro, para obter-se a melhora ou parada dos movimentos anormais. Também se utiliza a cirurgia funcional para as doenças hormonais com relação à glândula hipófise, em que a mesma pode ser operadas a maioria das vezes com microcirurgia e por uma abordagem mínima através do nariz, sem deixar nenhuma cicatriz.

Outro grande campo da neurocirurgia funcional é a cirurgia para tratamento das epilepsias: Hoje se sabe que dez por cento dos casos de epilepsia são resistentes ao tratamento clínico com remédios, e com isso tornam-se candidatos a cirurgia para epilepsia. As técnicas são várias, e a principal indicação cirúrgica é nos casos de epilepsia focal, principalmente temporal, onde por microneurocirurgia se consegue impedir a propagação das ondas cerebrais anormais ou focais que iriam provocar a crise convulsiva. As epilepsias multifocais hoje também são alvos de cirurgia como a calosotomia anterior, que impede que as ondas anormais dos diversos focos se propagem pelo cérebro todo causando crises sucessivas.

A cirurgia da dor é a neurocirurgia funcional aplicada em casos de dor crônica. Sua área cuida das nevralgias do trigêmeo e do nervo glossofaríngeo, das neurites crônicas, e também das dores insuportáveis que acompanham as doenças tumorais malignas. Utilizam-se diversas técnicas cirúrgicas, desde a microdescompressão neuro-vascular do nervo trigêmeo até as lesões microscopias da medula utilizando-se um gerador de radiofrequência, para impedir que a via nervosa responsável pela sensação dolorosa em determinada parte do corpo não deixe a sensação passar. 


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